Páginas

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA ESTIMULAÇÃO PRECOCE NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

                                                                            Ivany M. da S. Batista[1]
RESUMO
As crianças precisam ser aceitas e vistas de forma individual com atendimento especializado nos primeiros anos de vida, principalmente as com risco de se tornarem excepcionais, e, as que já apresentam excepcionalidade. Características como deficiência mental, sensorial ou motora são diagnosticadas mais facilmente quando há inclusão e ludicidade. Neste sentido a presente pesquisa tem por finalidade observar a importância do lúdico no desenvolvimento da estimulação precoce de 0 a 3 anos na educação especial. Analisa o comportamento da criança frente às aulas diferenciadas. O uso dos jogos lúdicos como requisitos a serem trabalhados e fundamentados na concepção de aprendizagem significativa e global. Conjuga igualdade e diferenças como valores indissociáveis para o ser humano. Enfatizará também o envolvimento de profissionais, família e escola.  Dentro deste contexto, se torna primordial obter uma contribuição de possível alternativa pedagógica capaz de inter-relacionar o tratamento de forma igualitária, em que o profissional de cada área esteja ciente sobre o trabalho lúdico, e, o desenvolvimento integral da criança em todos os seus aspectos.
Palavras–Chave: Lúdico, Educação especial desenvolvimento, Estimulação precoce.
SUMMARY
Children need to be accepted and seen individually with specialized care in the first year of life, especially those at risk of becoming exceptional, and those already present exceptionality. Features such as mental retardation, sensory or motor function are more easily diagnosed when there is inclusion and playfulness. In this sense the present research aims to observe the importance of play in the development of early stimulation 0 to 3 years in special education. Analyzes the behavior of the child in different classes. The use of fun games such as requirements to be worked and based on the idea of meaningful learning and global. Combines equality and differences as intrinsic values ​​for humans. It also emphasizes the involvement of professionals, family and school. Within this context, it becomes essential to obtain a contribution of possible alternative pedagogical able to inter-relate in equal treatment, in which the professional in each area is aware of the work playful, and the development of the child in all its aspects.


Keywords: Playful, special education development, early stimulation.
1 - INTRODUÇÃO

              Este trabalho de pesquisa tem como objetivo, discutir a importância do lúdico no desenvolvimento da estimulação precoce na educação especial, e ainda observar como o lúdico e as brincadeiras contribuem para o desenvolvimento destas crianças. Assim sendo os profissionais da APAE - Paraíso do Tocantins desenvolvem um trabalho especifico, com as crianças, na busca de melhor ajudá-las na adaptação, locomoção, aceitação e aprendizagem. Desta forma toda a evolução da pesquisa obedeceu a uma lógica implícita, que permitiu organizá-la para ser compreendida a partir da compatibilização de um estudo teórico, com investigação no espaço de pesquisa já referendado. Sabendo da importância das atividades lúdicas no desenvolvimento infantil, destaca-se a contribuição dessa experiência, uma vez que, na sua efetivação, conseguiu-se desenvolver o trabalho com a estimulação precoce.
              O objetivo maior é analisar os benefícios das brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo, sócio efetivo de crianças com necessidades especiais, sob o olhar dos profissionais da instituição que trabalham com estas crianças. Investiga ainda a forma de o lúdico atuar como fator de desenvolvimento na estimulação precoce.
              A metodologia utilizada nesta pesquisa é qualitativa e quantitativa; uma vez que “realidades sociais se manifestam de forma tanto qualitativa quanto quantitativa” (TRIVIÑOS, 1995, p.65). Neste tipo de pesquisa o interesse do pesquisador cai sobre a vida de uma instituição, partindo do conhecimento que existe sobre a organização que deseja examinar. Fica, portanto bem caracterizado a importância da pesquisa de campo, tendo em vista que a realidade que se deseja não se mostra inteira e de uma só vez, geralmente é descoberta aos poucos, modificando-se de acordo com o avanço da aproximação do pesquisador, (TRIVIÑOS, 1995, p. 135).   
              A pesquisadora utilizou – se como instrumento de coleta de dados, a observação participante e entrevistas com os profissionais da instituição de ensino em estudo. A Psicopedagoga, Pedagoga, Fisioterapeuta, Terapêutica – Ocupacional e Mães dos alunos.
2 - O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO PSICOMOTOR E SÓCIO EFETIVO DA CRIANÇA

              Piaget (1896 – 1980), em seus estudos sobre o desenvolvimento humano percebeu que todas as crianças precisam passar pelo mesmo tipo de descobertas sequenciais acerca de seu mundo, inclusive, as crianças com necessidades educativas especiais. Ou seja, criança com algum tipo de deficiências. Uma termologia adotada para distinguir os indivíduos em suas singularidades por apresentarem algum tipo de limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, ou seja, síndromes etc. Ainda dando continuidade ao assunto discutido ele divide de pensamentos, que por sua vez interfere no desenvolvimento global da criança. Portanto é de primordial importância a utilização das brincadeiras e dos jogos, no processo de desenvolvimento da criança, pois, os conteúdos pedagógicos podem ser inseridos por intermédio de atividades predominantemente lúdicas, no desenvolvimento da estimulação precoce de uma escola especial porque,

A atividade lúdica se caracteriza por uma articulação muito frouxa entre o fim e o meio. Isso não quer dizer que as crianças não tentam a um objetivo quando jogam e que não executam certos meios para atingi-lo, mas é freqüente que modifiquem seus objetivos durante o percurso para se adaptar a novos meios ou vice e versa, portanto, o jogo não é somente um meio de exploração, mas também de invenção (BRUNER, APUD BROUGERE, 1998, p. 193).

Com base na afirmação de que a criança inventa e explora nas atividades do jogo e nas brincadeiras, fica claro então que o lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usado como estimulo na construção do conhecimento humano, e, na progressão das diferentes habilidades operatórias; além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e do alcance de objetivos institucionais. Percebe – se desse modo que brincando a criança aprende e se desenvolve com muito mais prazer.
              Segundo Vygotsky (1989. p. 84) “As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade.” Diante da visão dos teóricos, a criança quando pequena assimila as atividades lúdicas mesmo que seja uma criança com necessidades especiais. Cabe o educador oferecer formas didáticas diferenciadas como atividades lúdicas para que a criança sinta o desejo de brincar.

3 - ESTIMULAÇÃO PRECOCE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

              A estimulação precoce é uma ciência baseada principalmente nas neurociências, na pedagogia e, nas psicologias cognitivas e evolutivas; é trabalhada através de programas construídos com a finalidade de favorecer o desenvolvimento integral da criança. A estimulação precoce faz uso de experiências significativas nas quais intervêm os sentidos, a percepção e o prazer da exploração, o descobrimento, o autocontrole, o jogo e a expressão artística. Sua finalidade é desenvolver a inteligência, sem deixar de reconhecer a importância dos vínculos afetivos sólidos, e uma personalidade segura.
              A estimulação precoce é ainda o atendimento destinado aos bebês com atraso no desenvolvimento, ou seja, aqueles que durante o período gestacional, parto, ou após o nascimento sofreram alguma intercorrência, que levou a lesões de estruturas do sistema nervoso e que desenvolveram alterações no desenvolvimento neuropsicomotor.
              O tratamento por estimulação precoce é possível porque se pressupõe a existência da plasticidade neural, com a possibilidade de áreas neuronais vizinha assumirem a função relativa areal lesado, mediante, um processo de estimulação. Antes da implantação de um programa de educação precoce é importante refletir sobre o ensino de crianças excepcionais, é preciso trabalhar em ambos as direções; ou seja, trabalho no sentido de impedir futuros nascimentos de excepcionais, bem como impedir atrasos desnecessários de desenvolvimento do educando, e, dos excepcionais que já existem. É neste sentido que há tanta necessidade de investigações precoces de pesquisas médicas, que previnam prejuízos biológicos ao ser humano, juntamente com medidas preventivas sociais, entretanto, igualmente importantes na busca de soluções para problemas que já existem.
               Se for restringida a visão de excepcionalidade ao diagnostico, passa-se a acreditar que não há cura para a doença, e, portanto corre o risco de pensar que não há soluções para o problema, quando ele pode ser apenas um problema educacional.
              Segundo Oliveira os Excepcionais são

Todos os indivíduos com desvios significativos da média no que diz respeito às capacidades físicas, intelectuais ou sensoriais, ou a combinação destas, impedimentos ocorridos durante o processo de desenvolvimento humano. (OLIVEIRA, 2004, p. 65).

            A prevenção da deficiência será atribuída primeiramente, ao medico, visto que, a etiologia em muitos casos, está associada a fatores constitucionais. Em segundo lugar, aos pais, professores e outros profissionais, deverão atender para a prevenção de deficiência em criança nascidas biologicamente sadias, mas, cuja história de prevenção ambiental, contribui para o quadro de retardo mental.
              Quando o prejuízo no desenvolvimento acarreta um desempenho significativamente abaixo da media para o grupo etário, a criança necessita de uma programação mais sistematizada, envolvendo profissionais especializados que se preocupem em criar condições educacionais funcionais. Neste caso

“não se pode esperar que educadores comuns responsáveis pelo ensino geral para todas as crianças supram completamente as necessidades especiais das crianças excepcionais. É importante observar que a educação especial não existe porque a educação comum falhou. A promessa básica da educação especial e a de que as diferenças individuais de algumas crianças são excessivas para que o educador comum lide com elas sem nenhuma ajuda.” (KIK, GALLAGHER, 1984, p. 53).

4 – POPULAÇÃO – ALVO DA EDUCAÇÃO PRECOCE   

              Para que haja um engajamento na prevenção, diagnóstico e tratamento a criança especial, é necessário haver identificação da população infantil a ser atingida. Inicialmente é primordial trabalhar com o fator preventivo direcionado a conscientização de autoridades governamentais, profissionais ligados direta ou indiretamente as crianças e, comunidades em geral. As especialidades Educacionais e Terapêuticas precisam estar direcionadas as crianças que necessitam de estimulação para acelerar o desenvolvimento, minimizando dificuldades através da utilização de métodos, técnicas, e recursos especiais, incluídos numa programação curricular e mais próxima da realidade comum a todas as crianças. Lembrando ainda que, os serviços oferecidos devem expressar claramente sua filosofia, objetivos e metas junto aos envolvidos, tais como os pais e familiares das crianças.
              Em relação ao atendimento precoce, deve-se considerar alguns aspectos muito importantes como o respeito à criança que inclui atendimento as necessidades físicas, alimentação, Higiene corporal, conforto físico, vestuário segurança, e também ao ambiente familiar.
              Os familiares deverão receber informações corretas e minuciosas sobre o caso, bem como a orientação quanto aos procedimentos a serem adotados no processo de estimulação. É necessária uma perfeita harmonia entre os profissionais e a família para o beneficio da criança.
               Os profissionais precisam ter local adequado para atuação, bem como o material especifico para o emprego de técnicas no trabalho essencial que será realizado com a criança.
              É preciso também, um completo acatamento as normas administrativas preservando a integridade do trabalho.

5 - PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PRECOCE

              É importantíssima, a formação e integração de programas para o atendimento a criança especial. A mesma quando trabalhada precocemente conquista e aprende grandes feitos. Mas, para que haja a aprendizagem e o desenvolvimento significativo, é necessário haver unidades de atendimento ao recém – nascido, também precisam de ambulatórios e de atendimentos as mães, bem como atendimentos intensivos para a primeira infância e de internações quando se fizerem necessárias.
              As escolas especiais, creches especiais e comuns, com apoio de profissionais especializados, também precisam estar adequadas às realidades das crianças especiais que precisam de tratamento diferenciado.

5.1 Objetivos do programa de educação precoce

              Para melhor adequação e apoio as crianças especiais, são necessárias oportunidades que possam compensar possíveis atrasos no desenvolvimento mental e social da criança de alto risco; também é importantíssimo realizar um trabalho conjunto entre a escola especial e creche, visando à integração da criança ao meio; entre ensino regular e especial, com atividades que possibilitem a participação da criança; é muito importante para o desenvolvimento nos aspectos emocionais, físicos e sociais. Os programas que compensem áreas defasadas, ocasionadas por transtornos mentais ou carência ambiental, através de atendimentos grupais ou individuais devem ser oferecidos juntamente com a orientação a família. A realização de um diagnóstico preciso de deficiência mental ou possíveis distúrbios de desenvolvimento da criança em tenra idade é muito importante, pois, visa prevenir sequelas ou atraso maior porque
“Um dos princípios do desenvolvimento diz que em suas primeiras etapas é muito difícil separar as funções intelectuais e afetivas das motoras. Portanto a provável inteligência se avalia em função do desenvolvimento sensório – motor. Dessa maneira, na primeira infância não falamos na deficiência mental e sim em retardo no desenvolvimento neuro – psicomotor. Tudo o que se pode dizer com certeza e que quanto mais abaixo da media se situa uma criança,menor probabilidade ela terá de ser normal e este é  um dos pontos fundamentais para o diagnostico precoce.” (KRYNSKI, 1983, p. 157). 

              O processo diagnóstico para ser preciso, envolve além de outros profissionais, o educador especializado, o psicólogo e, o médico que complementa suspeitas relacionadas à saúde e nutrição, e em alguns casos, a necessidade de medicamentos.

6 - O PROFESSOR ESPECIALISTA E A CRIANÇA ESPECIAL

              O profissional especialista analisa os métodos educativos utilizados pela família e as oportunidades e experiências que os mesmos proporcionam a criança; ele avalia as informações e experiências adquiridas pela criança e também os problemas advindos do lar; dá atendimento a criança a partir do planejamento elaborado junto aos avaliadores. É um profissional muito preparado, pois, aconselha os familiares em relação aos recursos educacionais e recreativos sugeridos, e verificação do aproveitamento da criança em sua freqüência. Profissional este que, procura contatos com outros ligados a criança, para esclarecimento de dúvidas e troca de informações. Por último ele reavalia e realimenta o planejamento das ações a serem desenvolvidas.
              O currículo da educação precoce deve abranger todas as áreas de desenvolvimento infantil com atividades nos aspectos educacionais e terapêuticos. O aspecto educacional acompanha o nível de evolução da criança, utilizando estratégias para atingir os objetivos esperados, oferece situações onde haja principalmente equilíbrio emocional, que levem à criança a tentativa de descobertas novas, desenvolvendo a área cognitiva, e consequentemente, melhorando a comunicação, a motricidade, os sentidos e a socialização.
              Para que o currículo da educação precoce seja efetivo, deve-se potencializar o professor especializado e a família em todas as áreas, priorizando o processo educacional, e fazendo ajuste e adaptações ao mesmo, pois,

As respostas as necessidades especiais dos alunos deve ser buscada no currículo comum, realizando-se ajuste e adaptações precisa como via básica para que seja assegurada a igualdade de oportunidade. E de vital importância proporcionar aos alunos com necessidades especiais um currículo equilibrado, no qual se complementam suas necessidades individuais, sem perder de vista, contudo, os objetivos que são perseguidos com os outros. (BLANCO, 1992, p. 189).
             
              O currículo deve agregar ainda os programas que objetivem a estimulação das áreas no sensório – perceptiva, linguagem, motricidade, cognição, atividades de vida diária (higiene, alimentação, uso de toalete), lazer e integração social.
              É importante que se dê especial atenção à criança nos primeiros anos de vida e antes da fase escolar, com ambientes ricos em estímulos, prevenção de dificuldades motoras, intelectuais ou sensoriais. Antes de tudo é preciso prevenir, quando isto não é possível, deve-se estimular o mais cedo possível. Somente um programa global de prevenção poderá propiciar as crianças um melhor aproveitamento de todos os bens da natureza, como também, os bens e serviços da sociedade.
              O programa de trabalho com o excepcional a ser realizado na educação precoce, deverá ser também global, uma vez que, envolve pais, professores e técnicos, além do propósito excepcional, como ser humano, e uma somatória de variáveis biopsicossociais, necessitando, no trabalho diário de uma união harmoniosa entre todos. A avaliação do trabalho com o excepcional deve também ser em conjunto com a família, que é a maior responsável pelo desenvolvimento do filho.

7 - ASPECTOS METODOLÓGICOS E RESULTADOS

              Esta pesquisa surgiu do interesse da pesquisadora em meio à observação do trabalho com os profissionais da Escola Especial Luz da Vida APAE – Paraíso. Por trabalhar já há muito tempo naquela instituição a mesma sentiu a necessidade de fazer uma pesquisa bibliográfica e, através de observações, entrevistas estruturadas e semi-estruturadas com os sujeitos, obter a coleta e analise de dados a partir das respostas às entrevistas.
               O objetivo da pesquisa foi observar a importância do lúdico no desenvolvimento da estimulação precoce na educação especial da escola. A pesquisa teve como sujeitos envolvidos uma psicopedagoga, uma pedagoga, uma fisioterapeuta, uma terapeuta ocupacional, duas mães. Num total de seis pessoas, ou seja, quatro profissionais da instituição e duas mães, lembrando que estes profissionais trabalham com a estimulação precoce com faixa etária de 0 a 3 anos, com as  deficiências de Síndrome de Dawn, Paralisia cerebral, Deficiência mental, e outras síndromes.
              O artigo teve como ambiente de investigação, a escola APAE de Paraíso porque a pesquisadora já conhece o trabalho dos profissionais da instituição. As pesquisas e observações duraram quinze dias, os profissionais demonstraram boa vontade em responder, proporcionando um ambiente em que houve comentários e, esclarecimentos. Esta estratégia permitiu que houvesse um contato direto com os profissionais da referida instituição, eliminando o formalismo e criando condições para coletar informações que representasse fielmente o objetivo maior da pesquisa.
              Um dos objetivos da elaboração do roteiro das entrevistas foi à coleta de informações aos entrevistados, os profissionais da clinica, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, e, professores que trabalham com estas crianças, sobre a contribuição do lúdico para o desenvolvimento destas crianças. Os benefícios das brincadeiras, a interação entre as crianças e, que tipo de mudanças de comportamento é observado nas mesmas. A mesma forma de entrevistas foi direcionada as mães sobre as atividades lúdicas proporcionadas pelos profissionais da instituição.
               A pesquisadora em suas observações verificou também as atividades dos profissionais em atendimentos na clinica, e, também em sala com os professores em atendimentos pedagógicos. Em meio às observações foram observados os aspectos do trabalho lúdico desenvolvido pelo professor, na estimulação precoce, como ele se relaciona com as crianças, como é distribuída a atenção dos professores entre as crianças; significados de posições corporais e, gestos do professor quando apresenta calma, impaciência, tensão, chateação, interesse, entre outros. O tom de voz dos professores, e o contato físico com as crianças durante as aulas.
              A observação do trabalho durante as aulas se deu também aos profissionais da clinica, com o terapeuta ocupacional, Fisioterapeuta e demais profissionais da instituição. O lúdico e a realização de aulas e jogos diferenciados, a relação das crianças com os brinquedos foi observado minuciosamente.
              Baseados nas afirmações de (SANCHEZ 1997) os dados e informações quantitativas e qualitativas coletados durante a pesquisa foram organizados descritivamente, procurando – se articulá-los em função da elaboração das respostas as questões colocadas. Para visualizar melhor como e quais foram às fontes utilizadas, a descrição das respostas mostra sua organização na quantidade e qualidade dos registros coletados, bem como maneiras de sistematizar o volume de informações. 
               Todos os profissionais entrevistados são do sexo feminino. Com relação ao tempo de trabalho de cada um na instituição, todos têm em média de 3 a 10 anos na instituição. Porém vale ressaltar que todos os profissionais entrevistados possuem graduação nas suas áreas específica de trabalho.
              É importante resgatar os objetivos propostos pela pesquisa em virtude de uma melhor visualização dos dados emitidos pelos sujeitos da pesquisa, lembrando que os dados foram obtidos ao longo deste trabalho, através das conversas com os profissionais da escola. Foi usada uma pergunta para cada profissional, sendo da mesma forma para as mães, ou seja, uma mesma pergunta a cada mãe. Quanto à relação da importância do desenvolvimento com o uso do lúdico e seus benefícios para as crianças com necessidades especiais, as resposta foram muito parecidas no quesito valor e retorno.  Profissionais e mães afirmaram com firmeza e convicção os resultados positivos obtidos. Através das respostas, verificou-se que o brincar permite interação entre as crianças, possibilitando uma esfera de ajuda mútua.

7.1 Fala dos profissionais e mães que participaram da entrevista

              Na fala da pedagoga e especialista em educação especial e inclusiva, houve a afirmação de que as crianças precisam brincar independente de suas condições físicas, intelectuais ou sociais, pois, a brincadeira é indispensável para a formação da aprendizagem física e intelectual. O lúdico contribui no prazer e faz adquirir habilidades, favorecem a auto-estima, afetividades, curiosidades e leva ao mundo imaginário onde faz a criança vencer várias barreiras.
              O lúdico é como um remédio que alivia as tensões e estimula a vida a um desabrochar. A psicopedagoga mostrou-se favorável ao uso do lúdico e, salientou a importância do avanço nos estudos e pesquisas, pois, o lúdico favorece o aumento das atividades neurológicas, exigem do cérebro maior interações, e inéditas convicções para execução das atividades.
               A parte emocional é por sua vez contemplada com a socialização, o fortalecimento da auto-estima, do sentimento de acerto, e a provocação a novas tentativas. A cognição por sua vez é ampliada na sua zona proximal.
              Biologicamente o corpo é trabalhado e provocado em toda sua extensão levando ao alongamento e fortalecimento dos músculos. O lúdico é sem duvidas o melhor recurso e ferramenta ideal para quem procura desenvolver a criança de forma global e extremamente positiva.
              É importante salientar que cada pessoa, cada meio, com atividades diferenciadas e especificas reagem a sua maneira. A fisioterapeuta exemplificou sobre o desenvolvimento de cada criança, pois, algumas de maneiras mais lenta, por isso é necessário a associação de atividades lúdicas, a fim de contribuir para o processo de evolução da melhor maneira possível e, outras se desenvolvem mais rapidamente. O lúdico, durante o tratamento permite alcançar os objetivos terapêuticos sem muita resistência.
              O jogo e o brinquedo desenvolvem as habilidades perceptivas, motoras, o raciocínio, a criatividade, e tem a grande capacidade de estimular o convívio em grupo, ou seja, a socialização através dos jogos.
              A terapeuta ocupacional trata o lúdico como sendo uma atividade essencial à formação da criança, e o brinquedo como estimulo ao desenvolvimento físico e mental. Através do brincar, a criança fica aceptiva a novos tratamentos, antes não realizados.
              Através de relato de uma das mães, sobre a importância da atividade lúdica para sua filha, ficou esclarecida a importância do lúdico nos benefícios para a recuperação e tratamento, pois, a mesma tem hidrocefalia, e com o atendimento semanal feito pelos profissionais da APAE houve desenvolvimento considerável, sendo assim há muita gratidão pelo trabalho desenvolvido com atividades lúdicas de forma dinâmica e prazerosa pela equipe de profissionais.
               
CONSIDERAÇÕES FINAIS

              A criança ao se relacionar com o meio ambiente sente curiosidades, sentimentos e necessidades, que são somadas à medida que o adulto lhe proporciona condições de explorar tudo que a cerca agindo de acordo com seu interesse. Toda essa estimulação além de possibilitar uma adaptação motora, favorece também o trabalho de um real desenvolvimento psicomotor.
              O presente artigo apresentou uma breve abordagem sobre a importância do lúdico no desenvolvimento da estimulação precoce na educação especial, Os estudos e observações nesta pesquisa vêm reforçar a compreensão sobre a importância do lúdico, do brincar e do brinquedo em si na educação das crianças, em especial de criança com necessidades especiais, que requerem acompanhamento especializado. Desta forma, vale revalorizar a filosofia e a concepção de trabalho da investigação, investir na qualificação dos profissionais, adotar sistemáticas mais estruturadas de atendimentos e, incluir o conhecimento familiar no trabalho educativo desta criança.
              A interação é uma das estratégias mais importantes que o profissional deve promover, refletindo continuamente sobre critérios, que devem ser utilizados na organização de seus projetos de trabalho.
               O objetivo maior foi contribuir com informações e adquirir conhecimentos, que sirvam de espelho para a vida profissional e, tornar as pessoas mais receptivas à idéia de que o lúdico desempenha um importante papel no processo de desenvolvimento e, aprendizagem infantil, independente da criança possuir ou não algum tipo de deficiência. Também, clarear a visão preconceituosa de muitas que acham que pessoas com deficiência não podem ter uma vida melhor. Portanto, o que foi observado nos resultados desta pesquisa, revela o quanto os profissionais estão engajados no trabalho com a estimulação precoce. Um programa que necessita de muita atenção e amor.  A vida da criança é brincar, a criança está sempre em movimento, pelo movimento ela experimenta, descobre, aprende. Esta aprendizagem pelo movimento são brincadeiras. Brincar é movimentar-se, o movimento é vida, vida é movimento.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLANCO, Rosa, DUK, Cynthia.  “La integración de los alumnos con necesidades especiales en  América Latina y el Caribe: situación actual y perspectivas”. Perspectivas, Paris, UNESCO, vol.XXV, no. 2, junho, 1992, p. 189.
BRUNER, J. S. O Processo da Educação. Tradução Lólio Lourenço de Oliveira, 7 ed. São Paulo: Nacional, 1998, p. 193.
KIRK, Samuel A; GALLAGHER, James J. Educação da Criança Excepcional.
Tradução de Marilia Zanella Sanvicente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1984. p. 53.
_______________,Educação da Criança Excepcional.
Tradução de Marilia Zanella Sanvicente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1984. p. 157.
KRYSNKI, Stanislau. Deficiência Mental. Rio de Janeiro: Atheneu, 1983, p. 157.
OLIVEIRA, I. A. Saberes, imaginários e representações na educação especial. Petrópolis: Ed. Vozes, 2004. 
PIAGET, Jean, apud Silva, Lisiane Borges Da. A Psicologia do Desenvolvimento segundo Piaget (1896-1980): fala em aula da professora do curso de capacitação em educação especial cm ênfase em deficiência mental. Getulio Vargas/RS: faculdade IDEAU, 2009.
SANCHES, I. Necessidades Educativas Especiais e Apoios e Complementos Educativos no Quotidiano do Professor. Porto: Porto Editora. 1997.
TRIVIÑOS, Augusto NS Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais. A Pesquisa Qualitativa em Educação. São Paulo: ATLAS, 1995. p. 65.
_________ Augusto NS Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais. A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: ATLAS, 1995. p. 135.
VYGOTSKY L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p. 24.

Artigo científico, do curso de pós-graduação lato sensu, em Educação Especial e Inclusiva, pelo IGEP, em Paraíso do Tocantins. aprovado em 2011.



[1] Formação acadêmica em Normal Superior pela Educon/Unitins, Paraíso do Tocantins  e-mail-ivany68@hotmail.com



Um comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Professora, com graduação em Normal Superior, cursando Pedagogia, Pós-graduada em Gestão Educacional e Metodologias de Ensino e Pós-graduada em Libras. Atualmente trabalha na APAE-Paraíso/Tocantins, onde ocupo a função de Coordenadora Financeira e Projetista e ocupo a função de Coordenadora de Educação Profissional da Federação das APAEs do Estado do Tocantins. Casada, tem 4 filhos. É evangélica e acredita que trabalhar com educação especial precisa ter muito amor no coração. É apaixonada pelo movimento APAEano, o qual é seguidora e defensora há 18 anos.